Tensões entre Estados Unidos e China intensificam debate sobre a origem do coronavírus.
Cinco anos após o início da pandemia da Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a pedir à China que forneça dados essenciais para esclarecer a origem do vírus. A solicitação ocorre em meio a intensos debates sobre a origem da pandemia, um tema que continua a dividir cientistas, governos e especialistas, e que permanece como um dos maiores pontos de tensão nas relações internacionais. A CNN escreveu sobre isso aqui.
O caso da origem do vírus é uma questão profundamente polêmica, com acusações frequentes de que a China tem ocultado informações cruciais. Desde o início da pandemia, em 2019, os Estados Unidos e outros países ocidentais têm pressionado a China, acusando-a de não permitir o acesso a dados fundamentais que poderiam esclarecer como o vírus surgiu e se espalhou para o mundo. Pequim, por sua vez, refuta essas acusações, alegando que forneceu todas as informações disponíveis à OMS.
O epicentro da pandemia foi Wuhan, onde em 31 de dezembro de 2019, as autoridades locais notificaram a OMS sobre casos de "pneumonia" incomuns. No entanto, foi apenas mais de três semanas depois que a cidade de 11 milhões de habitantes foi colocada em quarentena. Embora muitos países tenham superado os impactos imediatos da pandemia, a questão de como o vírus surgiu permanece sem respostas definitivas, com uma crescente pressão para que a China libere dados não apenas da fase inicial da pandemia, mas também de investigações subsequentes.
As teorias sobre a origem do coronavírus são diversas e polarizadas. Uma das hipóteses mais discutidas é a de que o vírus teria se originado naturalmente, transmitido de animais para humanos em um mercado de Wuhan. No entanto, outra teoria, mais controversa, sugere que o vírus poderia ter escapado de um laboratório na cidade, um ponto que foi intensamente investigado, especialmente após uma investigação realizada pelo Comitê da Câmara dos Representantes dos EUA, que, sob liderança republicana, concluiu que a origem do vírus provavelmente foi um vazamento de laboratório.
O estudo das evidências disponíveis também gerou debates acalorados. Em 2023, a OMS teve acesso a dados coletados por cientistas chineses no Huanan Seafood Market, em Wuhan, onde foram identificados animais suscetíveis ao coronavírus. Contudo, a análise desses dados não conseguiu comprovar se os animais estavam infectados, deixando a questão sem uma resposta clara.
Além das acusações sobre a origem do vírus, há também críticas contundentes sobre as medidas adotadas para controlar a disseminação da doença. Os lockdowns, o distanciamento social e o uso de máscaras geraram controvérsia, com muitos especialistas apontando que essas políticas causaram danos significativos, tanto à economia global quanto à saúde mental e física das populações, em especial entre os jovens. Um estudo da Universidade de Washington revelou que as medidas de quarentena aceleraram o processo de maturação cerebral em adolescentes, o que pode ter efeitos a longo prazo.
A OMS, por sua vez, mantém que é essencial que todos os países, especialmente a China, colaborem com total transparência, para que o mundo tenha uma compreensão mais clara de como surgiu a pandemia, e para que futuros surtos possam ser melhor prevenidos. O apelo da OMS reflete a crescente frustração global com a falta de uma investigação conclusiva, que poderia dissipar as dúvidas e teorias que continuam a alimentar a desconfiança entre países e comunidades científicas.