O Perfil Invisível do Alcoólatra Moderno

Publicado por: Feed News
21/04/2025 01:02 PM
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Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Conheça os critérios médicos que definem a dependência e como a negação mascara os sintomas reais do alcoolismo.

Entenda o que torna alguém dependente e por que é tão difícil reconhecer a doença.

 

Quando se fala em alcoólatra, muitas pessoas imaginam uma figura desleixada, caída à margem da sociedade. Mas a realidade é muito mais ampla e complexa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoolismo é uma doença crônica, progressiva e potencialmente fatal, caracterizada pela incapacidade de controlar o consumo de álcool, mesmo diante de prejuízos claros à saúde, ao trabalho e às relações.

A dependência alcoólica é classificada no campo da psiquiatria como um transtorno por uso de substâncias. Isso significa que o cérebro da pessoa passa a funcionar de maneira diferente: há uma necessidade compulsiva de beber, que pode ser impulsionada por alterações neuroquímicas duradouras, muitas vezes agravadas por fatores emocionais e contextuais.

 

Genética e predisposição: nasce-se alcoólatra?

Estudos científicos apontam que fatores genéticos têm um peso importante no desenvolvimento da dependência. Ter um pai, mãe ou avô alcoólatra pode dobrar o risco de desenvolver o vício. Mas isso não significa destino. A genética é apenas uma parte da equação — o ambiente, o convívio social, o histórico de traumas e o modelo familiar completam o quadro.

Cientistas acreditam que alterações em genes relacionados à dopamina (neurotransmissor ligado ao prazer) tornam algumas pessoas mais propensas a buscar estímulos químicos intensos, como os provocados pelo álcool. Em outras palavras, algumas pessoas sentem mais prazer ao beber — e por isso têm maior dificuldade em parar.

 

Nem todo consumidor é dependente, mas todo dependente começou como consumidor

A linha entre o uso ocasional, o hábito e a dependência é tênue. Um alcoólatra nem sempre bebe todos os dias, mas apresenta perda de controle quando bebe. Isso pode se manifestar como:

  • Consumo em quantidades maiores do que o planejado;

  • Insistência em beber mesmo após problemas de saúde ou familiares;

  • Crises de abstinência quando tenta parar.

Reconhecer o alcoolismo como uma doença médica tratável, e não como falha de caráter, é o primeiro passo para salvar vidas — e proteger novas gerações da repetição desse ciclo.

 

Chamada para o próximo artigo da série na TVSaude.Org: No próximo artigo da série “O Fio da Bebida”, vamos ouvir relatos reais de pessoas que juram não serem dependentes — mas vivem todos os sintomas da negação. Uma leitura que pode ajudar a identificar sinais dentro da sua própria casa.

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