Protagonismo na Enfermagem: O SUS Está Mudando de Mãos?

Publicado por: Feed News
12/06/2025 07:29 PM
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Ilustração Cortesia Editorial Ideia
Ilustração Cortesia Editorial Ideia

Enquanto médicos lutam com a sobrecarga, enfermeiros ganham autonomia e reconhecimento.

 

Imagine a cena: você chega ao posto de saúde com uma dúvida simples — deseja medir a pressão, fazer um eletrocardiograma ou receber orientação nutricional. Ao invés de enfrentar uma longa fila para ver um médico, é acolhido prontamente por uma enfermeira clínica geral capacitada, que não apenas realiza os procedimentos com excelência, mas também orienta com base científica.


Essa cena é realidade em alguns municípios, mas deveria ser o padrão do SUS em todo o país.

 

Durante décadas, vimos médicos sobrecarregados e pacientes desassistidos. Consultas rápidas, filas quilométricas e ausência de visitas dos Agentes de Saúde são sinais claros de um sistema que falha no básico. Mas agora, uma revolução silenciosa começa a mudar esse cenário, reposicionando a figura do enfermeiro como um verdadeiro pilar da saúde preventiva.

 

O que muda na prática

Segundo novas diretrizes e iniciativas estaduais e municipais, os enfermeiros de clínica geral — especialmente os com nível superior, pós-graduação ou formação como Praticantes Avançados — passam a assumir novas funções que antes eram exclusivas dos médicos:

  • Aconselhamento em saúde: Nutrição, atividade física, abandono de vícios, planejamento familiar, amamentação e saúde mental.

  • Procedimentos clínicos: Desde aferição de pressão até espirometria, otoscopia e testes rápidos.

  • Vacinação: Aplicação de imunizantes conforme o calendário oficial, com possibilidade de atuação independente em protocolos simples.

  • Monitoramento de grupos especiais: Acompanhamento de gestantes, crianças até 4 anos e grupos de risco, com registro eletrônico assinado digitalmente pela própria enfermeira.

Além disso, muitos estão habilitados a prescrever medicamentos básicos, conforme protocolos locais, sobretudo em locais com escassez de médicos.

 

O impacto direto na população

Esse protagonismo reduz filas, agiliza diagnósticos e fortalece a prevenção — especialmente nas regiões mais carentes. Enquanto o médico se concentra nos casos mais complexos, o enfermeiro atua como primeiro contato resolutivo.

 

Formação e estrutura: o desafio agora é investir

Para garantir que essa transição funcione, é necessário:

  • Continuar a formação técnica e humana dos enfermeiros, com foco em liderança e saúde mental;

  • Criar ambientes colaborativos nas UBS, com respeito mútuo entre médicos e enfermeiros;

  • Garantir estrutura física, equipamentos e conectividade digital nos postos de saúde;

  • Ouvir os próprios enfermeiros, reconhecendo seu protagonismo na reformulação da Atenção Primária.

 

O novo SUS exige coragem

É chegada a hora de romper com o modelo hierárquico ultrapassado, onde o médico é o centro e os demais orbitam ao redor. A saúde moderna é feita por equipes interdisciplinares, onde todos têm voz, espaço e responsabilidade.

 

Convite para o próximo artigo

No próximo conteúdo especial da TV Saúde, vamos discutir como os Agentes Comunitários de Saúde podem se tornar protagonistas da prevenção e da vigilância ativa nas comunidades brasileiras. Uma transformação essencial para reconectar o SUS com o povo.

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