Um simples episódio de recusa em aderir a um canal da TV Araraquara mostra como ainda é grande a distância entre ter um perfil online e possuir verdadeira representatividade digital.
Recentemente, ao oferecer a uma instituição religiosa de Araraquara a oportunidade de ter um canal próprio dentro da TV Araraquara, o responsável respondeu com naturalidade:
“Agradeço, mas o YouTube já atende às nossas necessidades.”
A frase, aparentemente inocente, revela um fenômeno cada vez mais comum: a confusão entre estar em uma plataforma gratuita e possuir presença institucional verdadeira.
O YouTube é, sem dúvida, um espaço poderoso de difusão, mas não é uma emissora. É uma vitrine global, aberta, dispersa — onde todos falam ao mesmo tempo e a atenção do público se dilui em meio a milhões de canais.
Uma TV em nuvem local, ao contrário, cria um endereço fixo e legítimo dentro do ecossistema digital da cidade. É um espaço onde o conteúdo ganha contexto, identidade e reconhecimento regional. Quando uma instituição está presente em uma TV local, ela não está apenas “no ar” — ela está inserida na comunidade, lado a lado com outras vozes que representam o mesmo território.
A resistência em valorizar esse tipo de presença não é falta de interesse, mas falta de compreensão sobre o novo valor da comunicação profissional. O “gratuito” pode parecer suficiente, até que se perceba que o que é gratuito não constrói pertencimento nem reputação.
Araraquara vive uma nova fase digital, em que cada instituição — pública, privada ou religiosa — pode ter seu próprio espaço de expressão e diálogo com a comunidade, sem depender de algoritmos ou limitações externas. Estar na TV Araraquara é, portanto, ter voz com endereço próprio, algo que vai muito além de simplesmente ter um canal online.
O episódio serve de reflexão:
Quando uma instituição escolhe o caminho mais fácil, pode estar, sem perceber, abrindo mão da oportunidade de fazer parte da história digital de sua própria cidade.
No próximo artigo, a TV Araraquara vai mostrar exemplos inspiradores de instituições que compreenderam o valor de estar em uma TV da própria cidade — e como essa presença tem fortalecido a identidade e o diálogo comunitário em tempos de transformação digital.